terça-feira, 19 de maio de 2009

IASD em luto


Tragédia sobre Família Adventista de Natal-RN (14/05/2009)

Lamento imensamente em compartilhar com vocês uma tragédia bárbara que se abateu sobre uma família de irmãos nossos aqui na cidade de Natal, Rio Grande do Norte.

Uma menina de apenas 11 anos de idade, Maisla, foi covardemente morta no início desta semana. Ela e sua família eram membros da IASD do distrito de Igapó, e a pequena menina foi uma das que cantaram na Igreja no último culto de sábado.

Após sair de casa, no início desta semana, por volta do meio dia, para ficar ajudando seu pai em um pequeno comércio da família, para que ele pudesse almoçar, ela não voltou mais. Seu pai foi o último familiar a vê-la. Após sair da banca de consertos de relógios do pai, ela pegou sua bicicleta e se dirigiu de volta para casa, onde sua mãe e sua irmã menor de 8 anos a esperavam... mas isso não aconteceu.

Após algum tempo de espera, a mãe ligou para o marido e foi informada de que a Maisla já havia saído e retornado para casa. Começa o desespero da família! As buscas se iniciam na vizinhança, hospitais, casas de amigos... necrotério... e nada! Infelizmente o pior já havia ocorrido...

Após procurarem por muito tempo, vem uma notícia que abalou a cidade de Natal e, em especial, a comunidade Adventista....

Partes do corpo de uma criança foram encontrados dentro de um saco, em um terreno abandonado. Pela roupa, a mãe confirma: era a Maisla. Hoje pela manhã mais "pedaços" do corpo da frágil e ingênua criança são encontrados em outros locais próximos. Se já não bastasse tanto sofrimento e horror, o principal suspeito de ter praticado esta barbárie é um ex-membro da Igreja que a família frequentava. Ex-membro porque ele foi removido exatamente por praticar um comportamente libidinoso com relação às meninas da congregação.

Em entrevista a um grande jornal local, o pai de Maisla disse que está "morto por dentro". Clique aqui e leia a matéria completa.

Como pai de uma menina quase da mesma idade, confesso que este fato me abalou grandemente e, ainda mais, por conhecer a família e ter sido batizado na mesma congregação que ela frequentava.

Ao escrever este texto, meus olhos estão marejados de lágrimas... pela covardia que a Maisla sofreu... pelo sofrimento tremendo que um pai e uma mãe estão passando... pela impotência diante das maldades e sofrimentos deste mundo... pela sensação de que qualquer um de nós pode ser a próxima vítima desta lama em que o pecado nos colocou, quando, por exemplo, um deputadozinho filhinho de papai pega, embriagado, seu carrão, mata nossos filhos e ainda tem "foro privilegiado"... ou quando um ricaço vice-presidente tem todo um aparato médico para lutar continuamente contra o câncer, enquanto que um pobre pai de família, minimamente assalariado, morre, à míngua, sem ter "direito" a um atendimento digno e eficaz.

Muitos "porquês" surgem em nossa mente... mas confio que o Senhor sabe de todas as coisas, em especial as que estão encobertas, ainda, para nós.

A pequena e doce Maisla descansa sob a proteção do Senhor, sob a graça de Cristo, e sob a certeza de que, naquele grande Dia, ela se erguerá, perfeita, para reencontrar seu pai, sua mãe, sua irmã, e todos os que a amavam e continuarão a lembrar dela com amor.

Mas, acima de tudo, a irmã Maisla despertará e terá o privilégio de chegar bem perto de Jesus, antes mesmo daqueles que ainda estiverem vivos na ocasião...

Ela será abraçada pelo Senhor, beijada por Ele e conduzida ao Reino de Amor, Paz e Justiça que ela, por tantas vezes, cantou com sua frágil voz.

Descanse em paz, Maisla!
Em breve nos encontraremos novamente!

Maranata!
"Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham" (Apoc. 14:13).

Por favor, não deixem de orar pela família...

Não Haverá mais Luto (15/05/2009)

Acabei de chegar do funeral da irmã Maisla, vítima da crueldade do coração de um "ser humano", conforme relatei ontem para vocês.

A igreja local, em peso, juntamente com os Desbravadores estiveram lá para darem seu apoio e sua última homenagem. A liderança administrativa da Missão Nordeste, na pessoa do Pr. Elias (Ministerial); a liderança de jovens, na pessoa do Pr. Jairo (que cantou tocantes hinos com sua bela voz) e do seu associado, o Erinaldo; e diversos pastores distritais, também lá estiveram com suas esposas para se solidarizarem com a família enlutada.

Também foi muito importante a presença e o apoio constante e dinâmico do Pr. Fernando Silvano, distrital de Igapó e meu colega de Seminário, que não mediu esforços para que os pais enlutados ficassem despreocupados quanto aos trâmites burocráticos e dolorosos de liberação do corpo, contato com funerária, translado até o local de sepultamento, etc.

Faço questão de registrar esta menção porque ficou evidente para todas as centenas de pessoas (amigos, familiares, vizinhos e curiosos) que lá estiveram, que a FAMÍLIA ADVENTISTA é forte e não abandona seus queridos em horas tão negras e sofridas quanto esta. Temos, como povo, nossas falhas... mas atire a primeira pedra aqueles que não as tem!

O clima de comoção geral, que tomou conta da cidade com a morte trágida da Maisla, ficou evidente entre aqueles que estiveram presentes ao funeral, no Ginásio Esportivo da comunidade onde ela morava. Até pessoas experientes e "técnicas", como repórteres e jornalistas, estavam em lágrimas ao verem o sofrimento da mãe e do pai da menina.

É claro que os próximos dias serão os mais difíceis, quando o vazio deixado pela jovem, em casa, na igreja, na escola, na comunidade, será sentido com mais intensidade. O sentimento de perda, de separação, que eventos como estes nos causam é inexplicável. Somente quem já passou por algo parecido é que pode entender o que os mais próximos de Maisla passam agora. A todos os que não os conhecem, cabe, generosamente, apresentarem ao Senhor suas orações e súplicas por conforto, consolo e avivamento da esperança.

Ao retornar para casa, não pude deixar de perceber a "normalidade" com que a vida continua para as outras pessoas. Nas ruas, nos comércios, nos bancos, etc., tudo continua como sempre. Nem parece que uma pequena e frágil vida foi ARRANCADA brutalmente do convívio social de outros seres humanos. Isso me levou a ver o quanto nós estamos "acostumados" com a morte, com o sofrimento. Com exceção dos familiares e amigos mais chegados, foi apenas MAIS UM que morreu, MAIS UM que se foi.

Assim é este mundo... Assim é esta vida...

Oh, quanto almejamos que nosso Senhor retorne logo e ponha um fim a tudo isto que hoje nos cerca! Quanto desejamos que as promessas do capítulo 21 de Apocalipse se tornem uma realidade presente, atual... o quanto antes!

Enquanto isso não acontece, quão importante é que a Igreja, esta "arca de salvação moderna", se torne mais do que um "clube social", onde pessoas se encontrem eventualmente para repetirem seus rituais frios e sem vida! Cada vez mais, à medida que os tempos se findem, necessitamos de uma experiência congregacional semelhante àquela lá do Início, da Igreja Primitiva (cf. Atos 2 e 4).

Quando o sofrimento bater à nossa porta, será muito bom saber que existem "amigos mais chegados que irmãos", com quem compartilharemos a Eternidade, e que emprestarão seu ombro para nossa dor.

Onde você estiver, seja mais que um "irmão"... seja um "amigo".
É disso que todos necessitamos hoje!
"E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras" (Apoc. 21:4-5).

Fonte: Prof. Gilson Medeiros

Reforço aqui o pedido do Pr. Gilson: Orem por esta família, só uma pessoa que já perdeu alguém sabe como é esse sentimento, ainda mais de uma forma trágico, como foi esta. Espero em Cristo Jesus conhecer a Maisla no Céu.

iRS

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